Na maior TV aberta brasileira, a novela é um produto que vem sendo comercializado "a torto e a direito". Na verdade tem se mostrado "uma faca de dois gumes". Num momento em que se abre para discutir um assunto que é tão delicado como a quebra da heteronormatização, visa apenas o lucro do ibope para o acúmulo de capital via merchandising. Se pensarmos em programas de caráter e credibilidade bem mais sérios do mesma emissora, teremos por exemplo, o Globo Repórter e o Profissão Reporter, que por enquanto, possivelmente sofrem algum tipo de censura, ou descredibilizam essa vertente. Ou seja, estão se posicionando distantes de focar no tema amor ou relações homoafetivas.
Fonte: http://p2.trrsf.com/image/fget/cf/600/600/p2.trrsf.com/image/fget/cf/571/428/39/0/571/428/images.terra.com/2014/08/04/mg5801.jpg
O tema desmasculinização perpassa por pelo menos três vetores: o sexo, o gênero e a sexualidade e ainda inclui o que tanto Simone de Beauvoir explorava, a ideia ou conceito da mulher como o "não homem". O tema é por demais saboroso, profundo e requer aprofundamento e requintes de delicadeza ao ser abordado. Talvez a novela como um veículo bem popular funcione sim, como disseminador da quebra dessa heteronorma que vigora ainda com tanto fervor no país. Sabemos de um paradigma da beleza vigente que indica, para grande parte dos brasileiros, e principalmente para aqueles que se intitulam conservadores, um fetiche social de que as regras militares são e sempre serão a linha clássica a ser seguida. Pensemos se realmente essa linhagem comportamental é tão válida numa nação tão mestiça. Se refletirmos que estamos num momento onde a medicina permite qualquer modificação corpórea, tratar sobre esse tema da múltipla sexualidade, e não mais apenas o binômio de gêneros, é também avançar e desmitificar o imaginário machista (inclusive machista disseminado por mulheres que assim foram educadas) que tanto implicou em incongruência e descontentamento moral. Agora é hora de "abrir os olhos" e se lançar a essa multipolaridade de valores, onde a regra de ouro é respeitar os outros como a si mesmo. A cultura Queer está disseminada e já é uma realidade nos templos da ciência e da filosofia. Nesse novo desenho da masculinidade onde são múltiplas as arestas, ganham todos com a liberdade de expressão mais sensibilidade, beleza, inteligência e fluidez de energia. Parabéns a todos aqueles que merecem e fazem por onde termos uma sociedade mais justa, igualitária e comprometida com os cidadãos futuros nascidos no agora. Para os temerosos das mudanças sociais, lamento informar, mas elas começaram desde sempre. E o que temos hoje é apenas um reflexo de um tal desejo de liberdade que tanto os nossos ancestrais almejaram. Assim, mantenha-se jovem se atualizando, pois esse, por enquanto é o seu maior e melhor remédio. Com vocês o respeitavel Drauzio Varella.
Que todos tenham uma maravilhosa semana!
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